25 de março de 2010

O sentido

Estou a aprender. Estou a aprender a amar no sentido inteiro da palavra. Mas ainda não sei. Talvez precise que me façam acreditar que realmente vale a pena, que vale o esforço. De tudo o que amar implica, não sei quase nada. Porque amar incluí partes de mim que não consigo dar assim tão facilmente. Porque implica esforço, porque implica dedicação a uma causa, porque implica dor, porque implica senti-lo e dizê-lo. E de dizer, de dizer sou verdadeiramente incapaz. Talvez seja insensível, talvez seja imcompreensível, mas é assim que sou. Tudo o que sou incluí uma incapacidade furtiva e destrutiva, não de sentir, mas de sussurar o que o coração grita, de... Falar de amor.



24 de março de 2010

23 de março de 2010

Estás aqui para ser feliz

Assim é, assim tem de ser.

"Ah e tal, é jovem, não pensa" o tanas

Pois é, esta criaturinha hoje pensou muito. Algumas partes filosóficas, outras que partem da essência do tom do meu cabelo. Ora passo a descrever.
Fartei-me de dormir. Acordei, abri os estores, olhei lá para fora e zumba, um solinho lindo. Pensei que aquele solinho que me estava a bater nas bochechas só podia ser presságio de um dia bom (pois, pensei eu!). Arrumei as divisões do sono desta habitação, sentei-me a estudar para o último teste deste maravilhoso período lectivo e, de seguida, fui comer a minha sopinha de feijão com massinhas cotovelo, pocha que estava mesmo gostosa (os parabéns à respectiva cozinheira).
Até aqui tudo regular, pensa quem lê e pensei eu também. O problema começou de seguida. Tal e qual as pessoas comuns, com que nos cruzamos todos os dias por essas ruas fora, também eu tive de me preparar para ir para aquele sítiozeco detestável onde, dizem as más línguas, se leccionam os conteúdos necessários à formação de um indivíduo na sociedade contemporânea. Pois é, hoje, que merda, nada parecia assentar bem. Aliás, tenho quase a certeza que nada me acentou bem hoje. Vesti, despi, vesti, despi, voltei a vestir e a despir de seguida. Já estava à beira de um ataque de nervos quando decidi que o mais sensato na minha parte seria vestir umas leggins simplérrimas e enfiar um vestido bem largo, para nem me aperceber do quão mal julgo estar hoje. Assim fiz. Ufa, que alívio que foi.
Lá sai de casa a muito custo, fui e tal, as aulas foram o do costume, nem preciso dizer como e, finalmente, depois de alguns ataques de riso à pala do "gajo de gajas" que é o Carlos da Maia, aquele d'Os Maias, daquele dito cujo, o Eça de Queirós, por fim, finalmente, para terminar, (que beleza de frase) a campainha assinalou as 18.30 horas. Lá fui eu, o mais rápido que consegui, em direcção ao meu meio de transporte do costume.
Entretanto, vinha eu ali a subir as ditas escadas partilhadas deste imóvel, condomínio habitado por 6 famílias de classe média e a pensar (não vou relevar porquê porque alguém me pode entender e não me apetece explicar o porquê de tal estupidez) que realmente é verdade o que dizem das loiras. Dizem essas bocas porcas que andam por aí, bem como as outras que não são porcas, que os homens gostam muito de loiras mas quando chega a altura de uma relação séria preferem as morenas (esta doeu muito, foi sentida!). Pois, o que eu pensei foi: FUCK, detesto morenas. E loiras. E ruivas. E albinas também, não pensem que se escapam. Aliás, detesto a concorrência em geral. Sem ofensa a nenhum dos grupos citados. É que não é justo eu, A. Filipa, ficar sempre a chuchar no dedo à pala desta sociedade viciada. Mas depois, enquanto cantava GTA, dos meus estimadissímos doninha, lembrei-me que podia ser pior. Bem pior mesmo. Pior era se em vez de morena ou loira ou whatever fosse um homem, daqueles homens com pêlos por todo o lado, homens, homens, topam, homens!
Ai pobre loira, quem te dera ser morena hoje, não era? Esse cabelo lindo, bem tratado, absolutamente maravilhoso, só te fode o esquema. Querias bebé, querias tu ser morena, ser a morena, a tal da morena! Agora assume a tua posição na sociedade e revolta-te A. Filipa, revolta-te! Vai-te a eles! Deste modo, vagamente, o sentimento é


Ham? TIO
(ahahahahahaha, possessa!)

19 de março de 2010

O que eu acho: Piropos


O que eu acho dos piropos é simples: há os bons e há os maus. Os grosseiros e os sofisticados. Os piropos mandados com o olhar e aqueles com gestos obscenos (gggrrrrrr!!!). Aqueles que até dão uma certa vontade rir e os outros que apenas mereciam um arremesso de mala para o dito cujo. Aqueles que juntam alguma boa disposição ao dia e os outros que estragam (ainda mais) o humor desgraçado dos dias menos bons. Os do costume e os feitos à medida de cada um (ou uma).

Assim, hoje vou escrever piropos. Quando se fala nesta temática que causa tanta divergência, eu só me consigo lembrar de um valente "Eh GROSSA!" ou de um "Oh estrela, queres cometa?" ou ainda de um moderníssimo "Toda boa, sim sinhóra!", o que, como é obvio, me dá uma certa vontade de rir. Está claro que adoptei una postura perfeitamente tolerante face a isto, que considero ser quase uma arte, a sério que sim. Agora, certas ordinarices que se ouvem por ai também são um abuso, diga-se de passagem.
Desta maneira, fiz aqui um top 5 dos que já ouvi (os melhores e os não-ordinários, esses recuso-me a divulgar) e também aqueles que acho um espetáculo daqueles (ah pois, também estou no tema, ehehehe). Aqui fica, usem com moderação e muito respeitinho, que é o mais importante.

O meu Top 5

- ainda dizem que as flores não andam...

- não é justo eu puder estar aqui a ver-te de trás e tu nem te aperceberes...

- tchi minina, como 'cê é bónitá! (neste dia mandei o dito bugiar, e foi uma sorte não o ter mandado para outro sitio mais obsceno, uma sorte mesmo!)(Made in Brazil)

- pocha mana, qui bela pratelera! (African Style)

- eh lá, assim é que elas se querem...

As outras:

- hás-de me dizer o teu nome para eu te pedir ao Pai Natal.

- eu e tu; chantilly e algemas; alguma pergunta?

- é nosso senhor no Céu e tu na Terra.

- foste à tropa? É que já marchavas...

- sabes onde é que essa roupa ficava bem? Toda amarrotada no chão do meu quarto...
- acreditas no amor à primeira vista ou tenho de passar por aqui outra vez?

Sem Comentários

Por razões obvias, recuso-me a comentar este post. A sério, sem comentários what so ever.

17 de março de 2010

Desfeita


O tempo passou. A memória ficou. A história acabou. Caminho por ruas que não sei onde vão dar. Fico-me pelo meio. Deixo-me estar, entre o desapontamento e a tristeza, numa encruzilhada de estradas sem destino. Não estou zangada, nem rancorosa, apenas triste, simplesmente triste. O sorriso não sai. O brilho de outros tempos já não existe. No lugar dele, uma gigante, profunda, dolorosa mágoa. Não se trata de um acontecimento, mas de um encadear de marés revoltas. A recuperação é difícil. A recuperação é praticamente impossível. O desejo de um novo capítulo existe, o que não existe é coragem para terminar o que está em aberto. Fico-me assim, perdida, deserta de qualquer sensação, já não sinto como sentia, já não sou quem era, ou muito menos como era. Tudo o que digo são frases soltas. Dediquei-me a uma causa. A causa trouxe consequências. Espero pelo fim. Espero que tudo acabe. Espero. Continuo a esperar, apesar de saber que é em vão. De que me vale fingir que não doi se não penso noutra coisa? Entreguei tudo o que tinha, corpo e mente em perfeito estado. Agora, agora tudo mudou. O corpo ressente o mau estado da mente. O cansaço atingiu dimensões até agora desconhecidas. Sinto-me fraca. Sinto-me demente, desfeita, à beira do abismo. Ele está lá, e cada vez mais perto. Cada vez mais perto do fim. Cada vez mais perto de um recomeço. Ou assim o desejo.

13 de março de 2010

Epá, sinceramente...

Quando fui informada, aqui há uns dois curtos anos, que num certo supermerdado que começa pela letra L, depois tem um I e um D e que, por fim, volta a ter um L (o LIDL, dah!) havia saquinhos com gajos sortidos (é importante referir que já sabia que os gajos são uns caramelos, não foi preciso ver a embalagem...), a sério que fiquei entusiamada (culpa da idade). Encontrar esta imagem, neste momento em particular, por entre as milhentas outras imagens que há neste pc valeu-me aí uns 10 minutos de riso e a constatação de que, comigo, os únicos gajos que consigo manter são mesmo deste género, porque dos outros é para esquecer. Lá se foi a dieta saudável pelo cano, lamento imenso.

12 de março de 2010

10 de março de 2010


Ninguém se cansa de amar. Mas todos se cansam de esperar, assumir, ouvir promessas, pedir perdão e sairem magoados.

Autor desconhecido

9 de março de 2010

Ser, Estar, Ficar


Em silêncio, ao fim do dia, mexo e remexo as imagens que guardei. Em silêncio, percebo que a vida não volta atrás. Em silêncio, convenço-me que aquilo que escapou não vai voltar mais. Em silêncio, sofro, deixo-me sofrer. Em silêncio, desespero, deixo-me desesperar, consinto, não desminto, apenas calo. Em silêncio, fico, deixo-me ficar. Em silêncio, foi assim que começou, e é assim que vai acabar.

Sinto saudade. Saudade do silêncio de outros tempos. Do silêncio que confortava, daquele que não magoava, daquele silêncio, ai, daquele que fazia sonhar. Daquele silêncio, onde as palavras não eram bem vindas, apenas o sentimento. Daquele silêncio, onde tudo estava em perfeita harmonia, onde apenas se ouvia, em silêncio, o bater do coração. Aquele silêncio, aquele que juntava, agregava, que me teve como fiel escrava. Ai, esse silêncio, e tudo o que nele ficou...

Agora? Agora o silêncio traz saudade, saudade, tanta saudade. Agora o silêncio dói, o silêncio dói tanto, faz doer este silêncio, este silêncio, este silêncio vazio, sem significado, que não vale nada, não significa nada, este silêncio, silêncio.

7 de março de 2010

Desafio-me


Ora, a fim de garantir a experiência de vida que me falta, tenho aqui um desafio para mim mesma. E o desafio é... Tcharan, vou ter um desgosto amoroso. É só mesmo o que me falta.

Passo a explicar. Nesta vida já passei por tudo um pouco. Mas... Sinto-me incompleta. O que vinha mesmo a calhar era um desgostozito para fazer de mim uma pessoa melhor. Coisa pouca, que eu sou fraca rés.

Visto que ainda ninguém teve a coragem para o fazer, que mariquice tão grande, a proposta está no ar, as inscrições estão abertas e eu absolutamente disponível para um desgosto. Só há uma coisinha: tem de ser razoavelmente giro e algo inteligente, pode ser? Qualquer esclarecimento é só dizer.

6 de março de 2010

Déjà vu


Esta noite sonhei. E, mais uma vez, o sonho trouxe à minha memória aquilo que tento esquecer, que tento não sentir falta, que tento simplesmente deixar passar.

No entanto, impossível é ignorar as coincidências daquilo que se têm passado e que me ocupa o pensamento a toda a hora. Não é justo que, mais uma vez, tudo esteja a acontecer ao mesmo tempo. Ou melhor, são coincidências a mais. É como se tivesse recuado no tempo, um verdadeiro "déjà vu" na melhor das suas capacidades.
Assim, o que me resta é deixar passar o que quer que a vida me esteja a tentar mostrar e, bom ou mau, tentar aprender o mais possível com tudo.

3 de março de 2010

Conversas de gajas #2

Cenário:
Na esplanada da estação, feitas deusas do Olimpo a observar as criaturas que por lá iam passando, acompanhadas por uma bela dose de cafeína bem quentinha.

Conversa puxa conversa,a rapariga fica desconcertada e pumbas, passo a citar a minha melhor amiga:

A.- Sabes qual é o cúmulo da estupidez?! É um gajo falar da actual à ex.

OMG, onde é que eu já vi isto... O contrário é aceitável, agora o acima citado, digamos que talvez não seja o ideal para a manutenção da paz no mundo. Depois não se queixem.

Sinceramente, à beira da dita apoplexia.

2 de março de 2010

Pessoal e intransmissível

Escrever é usar palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.


Miguel Sousa Tavares, No teu deserto


Guardo-as, com todo o carinho, num espacinho, bem pequenino, para que não se percam, estas palavras, estas palavras sentidas, que poderiam ser ditas, mas que, por força do hábito, apenas habitam na minha mente e na minha escrita. Lamento se dói, este meu silêncio, mas tudo o que consigo dizer não se compara a tudo o que sinto, nem sequer se parece com aquilo que realmente habita a minha mente.


Porque acredito que o silêncio vale ouro, e que um gesto mais do que mil palavras que possa dizer, fico-me assim, sossegada, melancólica, com saudades do que nunca foi meu, com medo de perder o que nunca me pertenceu. Fico-me assim, perdida entre o querer e o ter, entre o perdido e o achado, entre o que é meu e o que poderia ser.


Este silêncio, este meu silêncio poucas vezes me ajudou, mas o silêncio, aquele que se faz acompanhar pelos momentos mais importantes de uma vida, esse tem o poder de tornar algo simples em algo memorável, que nos segue por uma vida fora, que é realmente pessoal... e intransmissível.