31 de maio de 2010

Por isso...


"Por essa estupidez eterna de perseguir aqueles que nos fazem sofrer."

CARLOS LUIZ ZÁFON, A Sombra do Vento

26 de maio de 2010

Em mim

Em silêncio, na quietude de algo só nosso, as tuas mãos escreveram na minha pele uma maldição que me persegue. Agora finjo que, apesar das marcas, não há em mim um único pedaço de ti.

UM SEGREDO...
(vale o que valem aqueles de quem temos de guardá-lo)

24 de maio de 2010

Continuação da página anterior


Eu bem sei, eu bem sei que ultimamente da minha parte não se tem escrito nada de jeito, mas tentem compreender. É que enquanto não cair mesmo na real, assim de cabeça, vou continuar bem disposta e com vontade de ser feliz.

A modos que a coisa continua assim: apesar de muito boa gente se avizinhar como um desgosto mais do que certo, continuo a achar e a confiar no bom senso (se é que ele existe) das criaturas em questão. É que eu sou tão mas tão boa pessoa que dou segundas oportunidades mesmo quando as primeiras foram algo, digamos... Perturbantes.

Não quer isto dizer que esteja disposta a cometer a mesma quantidade e qualidade de erros do passado. Naaaa sinhora. Mas acho que vale a pena referir que há coisas nesta vida que, por muito más que pareçam ser, e que até dão assim umas dores de cabeça, não há nada que me deixe realmente desconcertada. As minhas desculpas, se é que isto deixa alguém efectivamente chateado ou aborrecido.

Fica a dica. Eu vou continuar assim, feliz, despreocupada, na minha ingenuidade absolutamente desconcertante (sim, porque chega a chatear), e quem não gostar, que meta as coisas onde quiser (esta talvez seja demasiado pessoal...). E conclusão da página anterior.

p.s. - não é para ninguém em especial. é basicamente para toda a gente que já me quis melhor. e ficamos assim.

23 de maio de 2010

O amuleto da sorte


Como aliás já referi, a minha presença, ou melhor, o facto de rejeitar repetitivamente algo (assim é que é) torna o alvo dessa mesma rejeição uma coisinha sortuda. A sério. E até que é mesmo giro. Mais giro que isso só mesmo os efeitos.

Apesar de eu não ter sido lá muito abençoada pelos efeitos da sorte e dos chacras e dessas tretas ranhosas (desculpem, sim?), acho que há um género de efeito algo extraordinário que me persegue. Atenção, persegue-me a mim mas a sorte vai para os outros. Ai p**a de ironia.

E isto confirmou-se, mais uma vez, nestes frutuosos dias primaveris. E ainda bem, porque apesar de ser má (sim, porque a má sou eu e não quem faz as asneiras, né...), até que gosto de ver assim as pessoas apaixonadas e felizes e graciosas e bem dispostas e tal e coiso. Aproveitem meus amores, aproveitem que isto não dura para sempre. É que um dia deixa de funcionar e não há volta a dar-lhe.

17 de maio de 2010

Os versos que te fiz


Deixe dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer !
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Tem dolencia de veludo caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer !

Mas, meu Amor, eu não te digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz !

Amo-te tanto ! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.

Florbela Espanca

14 de maio de 2010

Há dias em que me adoro

Sim, é mesmo isso. Adoro-me. Isto porquê? Porque se reuniram, durante este maravilhoso dia da graça de 2010, uma série de situações (bastante caricatas, na sua maioria) com outras situações (menos numerosas mas igualmente... vá, interessantes) que alegram os meus dias e os carregam de uma ironia absolutamente... Fantástica.

Como nem todos os dias desta vida podem ser assim interessantes á brava, deixo então uma listagem daquelas coisinhas que animam o meu dia, quando menos espero. Ora aqui fica.

- Deixar-me ficar na cama até quase à hora que devia (supostamente) sair de casa;
- Levantar-me com vontade de cantar música pimba;
- Usar roupa que me faz lembrar outros dias igualmente amorosos desta vida;
- Ser simpática, muito simpática, especialmente simpática para pessoas que nem sequer gosto muito (lamento imenso);
- Concluir que o melhor grupo do facebook ever se dá pelo nome O amor é como a relva, nasce, cresce, vem uma vaca e estraga tudo;
- Falar da minha vida amorosa (vá, talvez) sem ficar deprimida e a pensar no passado, apesar das mais que prováveis indirectas acerca disso mesmo;
- Ter uma conversa séria pelo telemóvel (séria durante uns minutos, porque depois começo a rir...);
- Deixar-me adormecer a pensar o quão me adoro por ser assim, simplesmente eu, com tudo de bom e de mau que isso possa significar.

11 de maio de 2010

Definição


Sentimento: acto ou efeito de sentir; estado afectivo que tem por antecedente imediato uma representação mental; disposição afectiva; sensibilidade; facto emocional; afeição; afecto; paixão; emoção; entusiasmo; mágoa; desgosto; intuição; pressentimento; palpite; consciência; juízo; convicção; ideia; conhecimento resultante de experiência vivida; percepção; sensação; desejo; propósito.
Não me parece que a fala ou alguma representação para além da íntima e intransmissível faça parte do sentimento. Nem sequer me parece que seja preciso dizer ou ser-me dito quando há ou não determinado sentimento. Se o há ou não. Se vale ou não a pena. Porque quando ele lá está, permitam-me dizer que é absolutamente perceptível. E não há palavras que valham.

"Não tens de o dizer, só tens de o sentir..."


10 de maio de 2010

A minha história nas bocas do povo


Mais vale um pássaro na mão que dois a voar.

Cão que ladra não morde.

Mais vale só que mal acompanhada.

Águas passadas não movem moinhos.

Amizade remendada é como café requentado.

Antes tarde que nunca.

E para quem não entendeu, ficamos assim:


A bom entendedor meia palavra basta.

7 de maio de 2010

Foi assim que aconteceu


(mais uma maravilha de imagem que encontrei numa das 1001 pesquisas estúpidas desta vida)

Como, com toda a sinceridade, não me apetece falar de coisas sérias nem deprimentes nem nada disso, vamos lá a factos e histórias desnecessárias, mas que dão para distrair a malta nas horas vagas.

A modos que a coisa acontece mais ou menos da maneira seguidamente descrita. Ora ia eu a sair de casa de pijama, extremamente ensonada, quando, a caminho da arrecadação, que se situa uns andares acima, me cruzo com o meu vizinho da frente, coitado do senhor que tinha a estante às costas. O Sr. Vizinho, que viu perfeitamente que eu me encontrava de pijama, abriu caminho para que eu passasse para a rua e não para a arrecadação (que despautério!). Bom, eu sei que realmente aquele traje me assenta muito bem, mas dai até ir assim vestida para a rua, como o Sr. quase sugeriu, também era um bocado demais, não?

A minha vida é um máximo. A sério que é. Sem ironias. Ás vezes até gostava que houvesse uma mosca comigo nestas passagens da minha história, para não me rir sozinha tantas vezes. Enfim, ás vezes dá-me para isto.

3 de maio de 2010

Wishlist


I wish I was a neutron bomb, for once I could go off.

I wish I was a sacrifice but somehow still lived on.

I wish I was a sentimental ornament you hung on

The christmas tree, I wish I was the star that went on top,

I wish I was the evidence

I wish I was the grounds for fifty million hands upraised, and opened toward the sky.

I wish I was a sailor with someone who waited for me.

I wish I was as fortunate, as fortunate as me.

I wish I was a messenger, and all the news was good.

I wish I was the full moon shining off a camaro's hood.

I wish I was an alien, at home behind the sun,

I wish I was the souvenir you kept your house key on.

I wish I was the pedal break that you depended on.

I wish I was the verb "to trust", and never let you down.

I wish I was a radio song, the one that you turned up,

I wish, I wish, I wish, I wish,

I guess it never stops.


Wishlist, Pearl Jam

2 de maio de 2010

Simplesmente assim

E, no final do dia, tudo o que queria era alguém que não esperasse recompensa pelo carinho e atenção. Egocêntrismo? Talvez. Insensatez? Provavelmente. Incapacidade de comunicação? Mais que certa.

O porquê das coisas


Porque tudo muda, mas tudo permanece na mesma. Porque as expectativas são demasiadamente grandes. Porque a pressão exercida é mais que muita. Porque o tempo vai, mas nem tudo passa. Porque o futuro está à espreita mas recusasse a chegar. Porque o peso do passado é difícil de carregar. Porque a meta está à vista, mas os obtáculos magoam. Porque a dor passa, mas o mau estar fica. Porque as lágrimas secam mas o problema continua por resolver. Porque o brilho de outros tempos ficou lá atrás. Porque a despreocupação dos outros é a minha preocupação. Porque a tranquiidade tornou-se apenas aparente. E porque ninguém disse que era fácil.